Tarifaço elevou risco do mercado mesmo que não seja implementado
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2020/7/C/FPAFpoTjetZjdOAMasxw/hudson-1-.jpg?ssl=1)
Depois três semanas de férias, retornei na semana passada em meio ao soído provocado pela epístola em que o presidente americano Donald Trump publicou em sua rede social anunciando, ou ameaçando, o Brasil com a imposição de tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras aos EUA.
Tudo é inusitado em sua epístola, a estrear pelo indumentária de a divulgação ter sido feita não pelos canais oficiais da diplomacia mas, de outra forma, por meio de sua rede social. Ou seja, o governo brasílico teve ciência dela uma vez que qualquer cidadão geral, por meio de uma conta pessoal do dignatário americano.
Dos três pontos apontados nela para justificar tal nível de tarifa, somente um é de natureza econômica, os outros dois são a resguardo do ex-presidente Jair Bolsonaro e uma pressão sobre o judiciário brasílico para “pegar mais ligeiro” com as big techs. Segundo a epístola, ambos, Bolsonaro e big techs, estariam sendo perseguidos
Restou, portanto, somente um fator econômico, um suposto superávit mercantil brasílico contra os EUA, argumento que não se sustenta diante de uma simples reparo dos dados.
Considerando a sequência de retrocessos protagonizada pelo presidente americano desde o dia 02 de abril, denominado pelo próprio uma vez que dia da libertação, o mercado leu uma vez que mais uma ameaço a conceber o estilo de negociação de Trump, qual seja, começa impondo condições impossíveis a outra secção para portanto ir regredindo até um ponto razoável. Aliás, a sequência de ameaças e recuos já ganhou até um sobrenome, Trump Always Chicken Out (TACO), um tanto uma vez que Trump sempre amarela.
A excessiva polarização que vivemos tem submetido as redes sociais e grupos de whatsapp, onde a discussão está centrada no suposto culpado pela ira do presidente americano, se seria Lula ou a família Bolsonaro. Claramente esse não é o tema quando se pensa em economia e investimentos.
Pensando uma vez que um investidor de longo prazo, aquele que pretende fazer uma alocação estratégica pensando em seus objetivos e ciclo de vida, o que importa é ponderar possiblidade de retorno e nível de risco a ser assumido.
Pensando o envolvente de investimentos uma vez que um grande transatlântico, que faz uma jornada de um lado ao outro do oceano, é crucial para uma jornada bem-sucedida que haja um projecto de navegação, tripulação competente, protocolos claros e conhecidos e que seja seguro.
Pois muito, a tal carta bagunçou o coreto. Sob pretexto de estar defendendo os interesses econômicos americanos, ela procura interferir na política e no judiciário brasílico e, para isso, se adota um tom de coerção. Para piorar a situação, ela deixa transparecer o uso de instrumentos de Estado para patrocinar visões e interesses pessoais, sejam ideológicos ou meramente mercantis.
Voltando ao transatlântico, a epístola jogou na lixeira os protocolos e o projecto de navegação, e as dúvidas sobre a conhecimento da tripulação só fizeram crescer.
O mercado financeiro parece olhar para esta sequência de ameaças e retrocessos somente pela dimensão da estratégia de negociação, ao termo das contas Trump saberia onde quer chegar e os ruídos são efeitos colaterais de seu modus operandi. A cotação do S&P 500, por exemplo, que caiu nos dias seguintes ao denominado dia da libertação, já se recuperou. Desde portanto, entre um solavanco e outro causado por alguma fanfarronada, o índice já superou o nível anterior.
A noção de risco mais geral entre os profissionais é estatística. Pega-se uma série histórica, calcula-se alguma medida de dissipação (um tanto uma vez que a variação das rentabilidades no período), e chega-se a um número que tenta transcrever o nível de volatilidade esperado para horizonte dos retornos. Existem técnicas mais sofisticadas, mas o cerne delas é o mesmo.
Se nosso transatlântico seguir a mesma rota, sempre, e a equipe respeitar todos os protocolos durante todas as viagens, é muito verosímil que as previsões sobre duração do trajectória e adversidades alcancem boa assertividade.
Porém, se o capitão for impulsivo, colocar seus interesses supra daqueles dos passageiros, não gostar de seguir protocolos e tiver cooptado secção da tripulação, será que as previsões sobre o horizonte serão tão acuradas?
A ordem mundial, pelo menos do lado do poente, no pós-segunda guerra foi estabelecida a partir da geração de entidades multilaterais, em uma federação entre Europa e EUA, cuja liderança sempre foi inconteste. Ter dólar uma vez que moeda universal de troca e a dívida americana uma vez que porto seguro, foram as contrapartidas.
A forma uma vez que a epístola foi divulgada e a utilização da política mercantil uma vez que forma de forçar países é mais um capítulo na série de tensões sobre as instituições promovida pelo presidente Trump. Ela se junta a uma profusão de decretos executivos, interpretações inusuais das Leis, confrontos com o judiciário, ameaças e jornalistas e empresários, a independência do Federalista Reserve (Fed, o banco medial americano) , etc. Porém, com um agravante, agora em graduação global.
Voltando ao transatlântico, é uma vez que se os protocolos que orientam as ações da tripulação e passageiros deixassem de ser respeitados, ou que fossem alterados sem aviso prévio. Vai ficando cada dia mais perigoso viajar neste paquete.
Não é verosímil saber hoje o quanto das ameaças serão implementadas e, portanto, sobre seus reais efeitos na economia e nos preços dos ativos, mas o aumento da incerteza e, consequentemente, do risco é manifesto.
Os investidores devem permanecer atentos ao risco de suas carteiras e julgar se seu gosto ao risco é conciliável com o novo cenário. Volatilidade sempre traz boas oportunidades para lucro, mas estas sempre vêm acompanhadas de ameaças de perda.
Cabe aos investidores, com suporte de seus assessores e consultores, seguir e averiguar se seus objetivos e gosto ao risco estão em sintonia com seu portfólio.
Hudson Bessa – Economista, sócio da HB Escola de Negócios e e da Spot Capital Consultoria de Investimentos
hudson@hbescoladenegocios.com
www.hbescoladenegocios.com
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2020/7/C/FPAFpoTjetZjdOAMasxw/hudson-1-.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2024/1/j/HUBJ5sSlGdq5C7ZFuxnA/ambev.jpg?ssl=1)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2025/Y/I/XRqPmETvGpFKlcFueElQ/real-moeda-020120a84t47475213.webp?ssl=1)
Publicar comentário