Taxa de desemprego fica em 6,2% no trimestre e de 6,6% no ano. O que isso significa?
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2022/n/4/mYN9aBRCaWVRCEKjLWrg/gettyimages-1384584047.jpg?ssl=1)
A taxa de desocupação do Brasil ficou em 6,2% no quarto trimestre, segundo a Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (31).
A taxa trimestral veio supra da mediana de 25 estimativas de instituições financeiras e consultorias coletadas pelo Valor Data, que apontava para uma taxa de desocupação de 6% no período.
No ano de 2024, a taxa anual de desocupação foi de 6,6%, menor índice da série histórica iniciada em 2012. O resultado representou um recuo de 1,2 ponto percentual frente à média de 2023, quando a taxa ficou em 7,8%.
Quando o desemprego está em patamares mais baixos há um (óbvio) lado positivo nisso. Finalmente, menos pessoas estão desocupadas e, portanto, sem renda. No entanto, isso é alguma coisa que tem preocupado o Banco Médio.
Embora pareça contraditório, a força do trabalho tem sido uma das preocupações mais latentes da mando monetária devido à inflação que isso pode trazer.
Se o mercado de trabalho mais aquecido pode trazer mais inflação para o país, isso significa que os juros podem permanecer mais altos. Finalmente, a Selic, taxa básica de juros no Brasil, é o instrumento que o Banco Médio tem para controlar a inflação. Portanto, se há mais pressão inflacionária, a mando monetária tende a deixar os juros altos a termo de “encarecer” o verba. Portanto, os empréstimos e financiamentos (tanto dos consumidores uma vez que das empresas) ficam mais caros. Com isso, há menos consumo, menos verba em circulação e os preços tendem a voltar a desabar. Assim, a inflação entra nos eixos novamente.
No momento atual, o Banco Médio não só voltou a aumentar a Selic, uma vez que também acelerou o ritmo de altas e já projetou pelo menos mais uma novidade subida de um ponto percentual. E tudo isso se deve justamente à preocupação com a inflação.
Por isso, os dados de trabalho ficam mais no radar do que nunca, para que o mercado tente se antecipar, a partir deles, a saudação da força dessas pressões inflacionárias e o quão mais a Selic pode subir.
Dados do quarto trimestre
A taxa de desocupação ficou em 6,2% no trimestre encerrado em dezembro de 2024 e não apresentou variação significativa frente ao trimestre anterior, quando ficou em 6,4%, mas caiu diante de o mesmo trimestre traste de 2023, quando ficou em 7,4%.
A população desocupada é de 6,8 milhões e tambémm não teve variação significativa no trimestre. Já a população ocupada chegou a 103,8 milhões e cresceu em ambas as comparações: 0,8% no trimestre e 2,8% no ano.
A população subutilizada é de 17,8 milhões e foi a menor desde o trimestre traste encerrado em maio de 2015. A taxa composta de subutilização é de 15,2%.
A população subocupada por insuficiência de horas é de 4,9 milhões de pessoas e recuou 3,6% no trimestre e 9,0% no ano. Já a população fora da força de trabalho é de 66,2 milhões e não teve variações significativas em nenhuma das duas comparações. A população desalentada é de 3,0 milhões e ficou sólido no trimestre e recuou 12,3% no ano.
O número de empregados no setor privado é de 53,4 milhões. O número ficou sólido no trimestre e cresceu 3,8% no ano. O número de empregados com carteira assinada no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) é de 39,2 milhões, sem variação significativa no trimestre e subiu 3,3% no ano. O número de empregados sem carteira no setor privado é de 14,2 milhões e não teve variação significativa no trimestre, mas cresceu 5,0% no ano.
Já o número de empregados no setor público foi de 12,8 milhões e ficou sólido no trimestre e subiu 4,5 % no ano.
O número de trabalhadores por conta própria é de 26,0 milhões e cresceu 2,5% no trimestre e ficou sólido no ano. Já o número de trabalhadores domésticos é de 5,9 milhões e ficou sólido nas duas comparações.
A taxa de informalidade foi de 38,6% da população ocupada, ou seja, 40 milhões de trabalhadores informais.
O rendimento real habitual de todos os trabalhos atingiu R$ 3.315 e subiu 1,4% no trimestre e cresceu 4,3% no ano. A tamanho de rendimento real habitual (R$ 339,5 bilhões) foi recorde, crescendo 2,3% (mais R$ 7,5 bilhões) no trimestre e 7,4% (mais R$ 23,3 bilhões) no ano.
A população desocupada no ano totalizou 7,4 milhões de pessoas em 2024, com queda de 1,1 milhões, ou 13,2%, frente a 2023.
A população ocupada chegou a 103,3 milhões de pessoas em 2024, batendo o recorde da série histórica, iniciada em 2012, ficando 2,6% supra de 2023.
O nível da ocupação foi de 58,6% em 2024, 1,0 ponto percentual a mais que em 2023, um progresso de 57,6%. Segundo o IBGE, foi o maior nível de ocupação da série histórica, que antes havia sido registrado em 2013, quando foi de 58,3%.
A taxa composta de subutilização foi estimada em 16,2%, redução de 1,8 ponto percentual em relação a 2023, quando a taxa era estimada em 18,0%. A estimativa anual da população subutilizada foi de 19,0 milhões de pessoas em 2024, o que representa um recuo de 8,9% frente a 2023. Apesar da redução, esse efêmero está 15,4% supra do menor nível da série, atingido em 2014 (quando foi de 16,5 milhões de pessoas).
A estimativa anual do efêmero de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas, estimado em 5,1 milhões de pessoas, recuo de 6,0% frente a 2023.
Já em 2024, a estimativa anual da população desalentada diminuiu 11,2% diante de 2023, alcançando 3,3 milhões de pessoas.
O número de empregados com carteira de trabalho aumentou em 2,7% e chegou a 38,7 milhões de pessoas, a média mais subida da série iniciada em 2012. Já a estimativa anual de empregados sem carteira assinada no setor privado mostrou aumento de 6,0% em 2024 e foi para 14,2 milhões de pessoas.
O número de trabalhadores por conta própria totalizou 26,0 milhões em 2024, subida de 1,9% no ano. Já o número de trabalhadores domésticos caiu 1,5%, alcançando 6,0 milhões de pessoas. A taxa anual de informalidade passou de 39,2% em 2023 para 39,0% em 2024.
O valor anual do rendimento real habitual foi estimado em R$ 3.225, valor 3,7% maior (ou R$115) que o estimado para 2023.
O valor anual da tamanho de rendimento real habitual chegou a R$ 328,6 bilhões, o maior da série, com subida de 6,5% (mais R$ 20,1 bilhões) em relação a 2023. De 2012 a 2024, essa tamanho de rendimentos cresceu 29,4%.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2022/n/4/mYN9aBRCaWVRCEKjLWrg/gettyimages-1384584047.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_f035dd6fd91c438fa04ab718d608bbaa/internal_photos/bs/2025/z/6/wMJk9nQbKVyJUudLWp5A/logo-jornada.png?ssl=1)
Publicar comentário