Temporada de resultados na bolsa de NY promete ser a melhor em 3 anos
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As expectativas já eram positivas para os resultados da empresas americanas no quarto trimestre de 2024. Mas, uma semana após o início da temporada, analistas revisaram suas expectativas de crescimento para cima. Os 11,5% de crescimento nos lucros na comparação entre quartos trimestres de 2023 e 2024 agora são 12,5% – informa a agência FactSet.
Seria o melhor resultado desde o avanço de mais de 31% de 2021. E pode ser ainda mais positivo do que já se espera.
A maioria das empresas do S&P 500 costuma relatar lucros acima das estimativas. Lucros vieram ainda maiores em 37 dos últimos 40 trimestres em Nova York.
- Além disso, balanços já divulgados pelos grandes bancos e gestoras do país (J.P. Morgan, BlackRock, Citi, Bank of America, Goldman Sachs, Wells Fargo e Morgan Stanley) levam a crer que, sim, os resultados virão melhores que a encomenda.
As companhias financeiras reportaram até aqui números surpreendentemente fortes que, aliados às perspectivas de desregulamentação do setor no governo Trump, impulsionaram as respectivas ações nos últimos dias – apontam Paulo Gitz e Maria Irene Jordão, estrategista e analista global da XP.
Para os analistas do Bank of America, esta temporada de resultados será crucial para testar o otimismo pós-eleição do mercado. Os analistas desejam ver se o fim das incertezas eleitorais o os cortes de juros já praticados estão se traduzindo em ganhos de atividade. O banco espera que o crescimento dos lucros supere em 2% a projeção e haja tom mais otimista nos comunicados e conferências.
Já o Goldman Sachs espera que as empresas relatem um crescimento saudável neste trimestre. Contudo, faz um alerta: como as expectativas estão altas em relação aos trimestres recentes, a magnitude dos resultados acima do esperado provavelmente será moderada.
Os analistas esperam que os principais temas que darão o tom das conferências com executivos após a divulgação dos resultados das empresas serão: a perspectiva para o crescimento das vendas. Nesse quesito, uma das pedras no sapato das empresas será a força do dólar, que deve limitar sua capacidade de surpreender investidores.
O fortalecimento da divisa tem impacto negativo nas receitas das empresas americanas no exterior, e aproximadamente 30% das empresas que fazem parte do S&P 500 são geradas internacionalmente. Historicamente, a frequência de superações de vendas relatadas tem sido menor durante períodos de força do dólar.
Como consequência, menos empresas devem superar as previsões de vendas nesta temporada em comparação com o terceiro trimestre de 2024.
Outro tópico que deve dominar as apresentações dos executivos para investidores se relaciona a como as companhias estão se preparando para o segundo mandato do republicano Donald Trump, que toma posse oficialmente nesta segunda-feira (20). O Goldman Sachs lembra que as potenciais tarifas que devem ser implantadas por Trump já foram um grande tópico de discussão durante a temporada de resultados do terceiro trimestre do ano passado. Agora, esperam que os executivos continuem a detalhar como estão se preparando para potenciais mudanças de políticas comerciais.
Todos os olhares para as big techs
Naturalmente, o mercado mantém o foco no resultado das grandes empresas de tecnologia. Elas mantiveram ou não o fôlego no último trimestre?
Os analistas projetam que Serviços de Comunicação e Tecnologia da Informação apresentarão o maior crescimento de lucros nesta temporada: 19% e 18%, respectivamente. São os setores nos quais estão classificadas quase todas as Sete Ações Magníficas: o de Serviços de Comunicação inclui Alphabet e Meta, enquanto o de Tecnologia de Informação reúne Microsoft, Apple, Nvidia. Apenas Tesla e Amazon ficam de fora deles.
Colaboram para esse resultado o fato de que, mesmo com a turbulência gerada pelas eleições presidenciais por lá, a economia seguiu surpreendendo positivamente. Tanto o número de crescimento do PIB norte-americano do 3º trimestre quanto as estimativas de crescimento do PIB no 4º trimestre foram revisadas para cima.
Dessa forma, Gitz e Jordão, da XP, julgam que os sinais da economia são positivos para a temporada de resultados, contribuindo para uma reaceleração no crescimento dos lucros das empresas em relação ao trimestre passado.
Contudo, o cenário daqui para a frente deve ser diferente. Os analistas esperam uma desaceleração no crescimento dos lucros das Sete Ações Magníficas de 33% em 2024 para 18% em 2025. Ao mesmo tempo, projetam uma aceleração no crescimento dos lucros de todas as outras 493 empresas do índice de 3% em 2024 para 11% em 2025. Elas também devem surpreender (bem) menos: de 30 pontos percentuais acima das previsões em 2024 para 6 pontos percentuais este ano.
É esperado, portanto, que a diferença no desempenho das Sete Magníficas em relação ao resto do índice diminua em 2025. Mas eventuais surpresas positivas na temporada do quarto trimestre podem impulsionar as projeções para este ano.
O mês de dezembro provavelmente marcou o início de uma recuperação na indústria do país, que está em queda há mais de dois anos, a mais longa da história. Como metade dos lucros das empresas do índice estão vinculados ao setor, espera-se que o segmento ajude a sustentar os lucros da temporada.
Em contraste, analistas preveem que a maior queda nos lucros aconteça setor de Energia, de 31%, já que os preços do petróleo foram caíram, em média, 11% no 4º trimestre do ano passado em comparação com o 4º trimestre de 2023.
Em síntese, uma temporada morna
Diante da expectativa de um número mais moderado de surpresas positivas em lucro e receita registradas pelas empresas, a visão da XP é que será uma temporada de resultados “morna” em comparação às anteriores.
As projeções para este ano estão em aberto: tudo dependerá das sinalizações do novo governo. O Goldman Sachs acredita que uma potencial reforma tributária no país possa contribuir para o crescimento dos lucros, enquanto tarifas impostas a outros países podem suprimi-los.
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