Tesouro Direto: pela primeira vez no ano, as três modalidades têm mês positivo
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Entre sinais mistos no cenário doméstico e internacional, novembro foi mais um mês de consolidação e expectativa para o mercado de títulos públicos. Depois meses de poderoso volatilidade, os investidores seguem calibrando suas apostas conforme as novas leituras de inflação, atividade econômica e política monetária.
Ainda assim, o mês terminou com um tom relativamente mais inabalável, embora com diferenças marcantes entre prazos curtos e longos dos papéis. O destaque de novembro é que esse foi o primeiro mês do ano que os títulos das principais modalidades ficaram no azul.
No envolvente interno, a tese de que o Banco Mediano do Brasil vai manter a taxa Selic em 15% ao ano até o término de 2025 ganhou força. As sinalizações recentes indicam que a queda da inflação, embora em curso, não é considerada suficiente para justificar cortes imediatos, levando o mercado a recalibrar expectativas para 2026.
Ao mesmo tempo, dados de atividade econômica mais fracos reacenderam a discussão sobre quanto tempo a política monetária restritiva se manterá.
No mercado de títulos públicos, os papéis de pequeno prazo e os indexados à Selic continuam entre os favoritos dos investidores, dada a incerteza persistente. Os títulos prefixados de pequeno e médio prazo têm chamado atenção, embora os prefixados de curtíssimo prazo estejam recuando, com rendimentos um pouco aquém dos 13% ao ano.
Já os títulos indexados à inflação (IPCA+), principalmente os de vencimento mais longo, seguem pressionados por justificação da subida das taxas e da cautela dos investidores.
Ou seja, novembro foi um mês de disposição: o mercado permanece precatado no pequeno prazo, valorizando liquidez e segurança. Títulos de pequeno prazo e atrelados à Selic voltaram a ter destaque, enquanto os de longo prazo e indexados à inflação ainda sofrem com incertezas.
A aposta de muitos investidores segue numa verosímil queda dos juros em 2026, mas tudo dependerá da evolução dos dados econômicos e das decisões do BC do início do próximo ano.
Os títulos prefixados tiveram um novembro amplamente positivo. As altas variaram de 1,18% a 1,52%, com melhor desempenho nos vencimentos mais longos.
O destaque do mês foi o Prefixado 2031, que avançou 1,51%, seguido de perto pelo Prefixado 2035, com 1,52%, entre os papéis com juros semestrais. Esse movimento reflete um conforto nas taxas e maior disposição dos investidores em assumir o longo prazo, ainda que seletivamente.
Já os prefixados mais curtos, porquê os vencimentos 2026 e 2027, também tiveram boa performance, com ganhos de 1,20% e 1,18%, respectivamente.
Entre os pós-fixados, o Tesouro Selic apresentou progresso próximo e bastante uniforme entre os vencimentos, com retornos entre 1,17% e 1,21% no mês. O comportamento segue o padrão desse tipo de papel: plebeu risco, volatilidade mínima e retorno aderente à taxa básica de juros. Em um envolvente de incerteza e juros altos por mais tempo, os Selic mantiveram seu papel de peça medial das carteiras mais conservadoras.
Já os títulos atrelados à inflação também fecharam novembro no campo positivo, mas com dissipação maior entre prazos. As altas foram de 0,47% a 1,83%, com os vencimentos mais longos exibindo a maior sensibilidade, e o maior proveito.
O destaque inteiro foi o IPCA+ 2040, que subiu 1,83% no mês. Já o IPCA+ 2050, mais longo, avançou 0,47%, enquanto vencimentos intermediários, porquê 2035 e 2032, tiveram altas de 0,91% e 0,89%, respectivamente.
A marcação a mercado pode trazer muita volatilidade ao investimento em Tesouro Direto. Tanto para o lado do muito, ampliando seu retorno potencial, quanto para o lado negativo, abrindo espaço para prejuízos.
No entanto, essa oscilação só atinge os investidores que resgatam os investimentos antes do término do prazo “combinado” com o governo. Se levar o título até o seu vencimento, o retorno acordado na hora da compra está guardado.
Para dezembro, o Tesouro Prefixado com vencimento em janeiro de 2028 segue entre os destaques do Tesouro Direto. Mesmo com oscilações recentes na curva de juros, o papel continua oferecendo rendimento competitivo, único supra de 13% ao ano, e uma previsibilidade que agrada quem procura travar boas taxas antes de eventuais mudanças no cenário econômico.
De conformidade com análises do Itaú BBA, o Prefixado 2028 ainda cumpre muito três funções estratégicas dentro da carteira: dá liquidez para movimentações táticas, suaviza oscilações mais bruscas de outros ativos e garante uma rentabilidade real interessante, já que o retorno contratado supera a inflação atual.
O Tesouro IPCA+, por sua vez, continua sendo o principal complemento para quem quer estabilidade entre proteção e oportunidade. Além de blindar o investidor contra eventuais altas inflacionárias nos próximos meses, o indexado ao IPCA também pode se valorizar caso o mercado volte a precificar um cenário mais benigno para a economia brasileira.
Por isso, especialistas seguem recomendando a combinação dos dois tipos de papéis: os prefixados para conquistar taxas elevadas enquanto elas resistem; e os IPCA+ porquê contrapeso defensivo, garantindo proteção real no médio prazo. Entre os títulos atrelados à inflação, vencimentos de até cinco anos continuam principalmente atraentes, oferecendo juros reais altos com risco moderado.
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