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Tesouro Direto: por que os leilões semanais mexem com as taxas dos títulos?

Tesouro Direto: por que os leilões semanais mexem com as taxas dos títulos?

Tesouro Direto: por que os leilões semanais mexem com as taxas dos títulos?

Tesouro Direto: por que os leilões semanais mexem com as taxas dos títulos?

Pelo menos duas vezes na semana, salvo excepcionalidades, a Secretaria do Tesouro Pátrio faz leilões para negociar títulos públicos com bancos e corretoras credenciados.

Na prática, essa dinâmica ajuda não só a manter de pé o financiamento da dívida pública, do ponto de vista macro, mas também serve uma vez que parâmetro para as taxas oferecidas pelos papéis no mercado primitivo — aquele que o investidor negocia diretamente na plataforma do Tesouro Direto.

Em universal, o Tesouro Pátrio promove seus leilões às terças e quintas-feiras. Nas terças, ocorrem os leilões de venda de atrelados à inflação e à Selic; às quintas, os leilões de venda de prefixados.

Em tese, se o país consegue negociar títulos de prazo maior, ou seja, retardar a sua dívida, significa para o investidor que há mais previsibilidade em se investir nele. Isso, consequentemente, diminui a taxa de renda, que mede o risco daquela operação, a ser paga pelo Tesouro. Ou seja, quanto maior o risco oferecido pelo título de longo prazo, maior tende a ser o retorno pago por ele.

Porquê a taxa Selic também fronteira o pagamento de certos títulos do Tesouro, uma vez que o Tesouro Selic, quando a taxa diminui, o dispêndio da dívida também cai, aumentando a previsibilidade no caixa da União e, consequentemente, abrindo espaço para emissões de prazo mais longo.

Mas uma vez que o leilão entra nisso?

Os leilões são momentos em que o governo oferece uma grande quantidade de títulos ao mercado, o que inclui bancos e fundos, por exemplo. Porquê qualquer operação com oferta e demanda, isso pode provocar pequenas variações nas taxas de juros desses papéis. Na prática, a taxa de rentabilidade pode subir ou desabar logo antes ou depois desses eventos.

Entre os títulos ofertados, há os pós-fixados, que variam conforme o índice de referência, uma vez que os indexados à taxa Selic e os indexados ao IPCA. No caso dos títulos prefixados, a principal referência para a formação de preços é o DI Horizonte, derivativo da taxa de juros negociado na B3.

O Tesouro pode reduzir a oferta (venda) de títulos em momentos da volatilidade do mercado para não gerar pressões adicionais nos retornos dos papéis. Por isso, o órgão trabalha com o colchão de liquidez sempre superior a três meses de vencimentos, para prometer essa flexibilidade na gestão dos leilões.

“A quantidade a ser ofertada nos leilões é baseada no planejamento estratégico de limitado prazo, nas condições de mercado e na prospecção da demanda realizada com as instituições participantes. Esses agentes compram os títulos públicos federais nas emissões primárias do Tesouro e também atuam no mercado secundário, negociando entre eles, além de serem responsáveis pela distribuição e a venda para o mercado em universal”, explica João Neves, estrategista de renda fixa da Novidade Futura Investimentos.

Atualmente, são nove instituições financeiras credenciadas para atuar nos leilões do Tesouro: Banco do Brasil, Banco Votorantim, Bank of America Merrill Lynch, Bradesco, BTG Pactual, Caixa, Goldman Sachs, Itaú e Santander. Há também três corretoras e distribuidoras: BGC Liquidez, Renascença e XP Investimentos.

Comprar em dia de leilão?

Segundo especialistas, não há uma regra fixa, mas existe uma tendência: em dias de leilão, principalmente nas manhãs de terça e quinta, o mercado costuma ajustar os preços dos títulos, o que pode valer oportunidades ligeiramente melhores para o investidor pessoa física.

“A taxa pode subir um pouco antes do leilão, já que o mercado antecipa a maior oferta”, explica Rafael Amaral, estrategista do Bradesco BBI. “Isso pode ser vantajoso para quem está acompanhando de perto. Mas é alguma coisa de limitado prazo, e oscilam décimos, zero que mude totalmente a estratégia de longo prazo.”

Ainda assim, é importante evidenciar: para quem investe pensando no longo prazo, as variações do dia do leilão não devem ser o fator decisivo. “Mais importante do que tentar convencionar o momento exato é entender o título, o prazo e uma vez que ele se encaixa nos seus objetivos financeiros”, orienta Amaral.

Portanto, para aqueles investidores atentos que gosta de aproveitar boas oportunidades, seguir o comportamento das taxas nos dias de leilão pode ser interessante. Mas se seu foco está no longo prazo e na consistência dos aportes, o recomendado é manter a disciplina.

gavel-2492011-1920 Tesouro Direto: por que os leilões semanais mexem com as taxas dos títulos?
— Foto: Pixabay

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