Tesouro Direto: 'tarifaço' de Trump liga alerta para títulos públicos; o que esperar?
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Com o vaivém de tarifas recíprocas impostas por China e Estados Unidos, os juros oferecidos pelos títulos públicos dispararam em exclusivamente uma semana. Para se ter teoria, em exclusivamente um dia de subida volatilidade, os juros pagos pelos papéis prefixados de limitado prazo saíram do patamar dos 13% para mais de 15% de retorno ao ano.
Para investidores que buscam oportunidades no Tesouro Direto, o momento de disparada é sinal virente para comprar papéis, já que o investidor acaba contratando maior retorno para o vencimento. Mas na outra ponta da história, quem havia comprado os papéis com taxas menores que a atual, pode ter prejuízo ao vender o investimento em dias porquê esse. Em todo caso, os analistas recomendam levar os títulos públicos até o vencimento.
No universal, a imposição de tarifas elevadas sobre produtos chineses gerou incertezas econômicas, levando investidores a reavaliar suas alocações e buscar ativos considerados mais seguros.
“Essa procura por segurança trouxe volatilidade para os títulos públicos, elevando seus rendimentos e, consequentemente, os juros associados. Para os investidores que detinham esses títulos, principalmente aqueles com vencimentos mais longos, houve uma desvalorização dos ativos, refletindo em perdas financeiras”, explica o crítico da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima.
Aliás, a volatilidade nos mercados financeiros, intensificada pelas tensões comerciais entre EUA e China, contribuiu para a elevação das taxas de juros dos títulos públicos. Esse cenário inclusive acaba destacando a sensibilidade dos mercados a políticas comerciais e a valia de uma gestão cautelosa dos investimentos em períodos de instabilidade econômica.
Títulos americanos também importam
O tarifaço imposto por Trump desencadeou uma possante reação nos mercados financeiros, principalmente no mercado de títulos públicos dos Estados Unidos. O rendimento dos papéis americanos de 10 anos subiu de 3,99% em 4 de abril para 4,41% em 14 de abril, refletindo a preocupação dos investidores com o aumento da inflação e o risco fiscal.
Só de segunda (7) à sexta (11), mais de US$ 800 bilhões em estoque nos títulos americanos foram pressionadas por esse movimento de liquidação.
“Investidores estrangeiros começaram a repensar a atratividade dos ativos americanos diante do risco crescente de deterioração fiscal, principalmente com a possibilidade de um novo governo Trump. Isso levantou dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida pública dos EUA e fortaleceu a percepção de que o país pode entrar em um ciclo de juros estruturalmente mais altos por mais tempo”, diz Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital.
Se as tarifas permanecerem elevadas, o banco medial americano poderá considerar cortes nas taxas de juros para mitigar os riscos de uma verosímil recessão. Esse movimento é importante porque, com os juros americanos em queda, os investidores podem procurar títulos mais atrativos em países emergentes, porquê o Brasil
Trajetória durante ‘tarifaço’
No dia 2 de abril, quando o presidente dos Estados Unidos anunciou as tarifas impostas a cada um dos países pela primeira vez, o retorno pago pelo Tesouro Prefixado 2028 despencou de 14,60% para 14,13% de um dia para o outro. O patamar é menor do que a taxa Selic atual, que chegou em 14,25% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e pode chegar aos 15% no final de 2025.
Na segunda-feira (7), quando a China respondeu às primeiras tarifas dos Estados Unidos, o mesmo papel tocou o patamar dos 13% (mais especificamente 13,99%) e depois disparou, com auge em 14,30% na sexta-feira (11).
“Nesses casos, melhor não travar o investimento em um título que paga menos do que a taxa básica de juros. Uma boa referência para o investidor que não sabe muito o que fazer, é saber o que não fazer. Dispor de um grande volume aplicado em Prefixado nesse momento não é interessante. Para quem, ainda assim, quer investir, sugiro pelo menos não comprar muito”, orienta Belitardo.
Entre os atrelados à inflação, que pagam IPCA mais uma taxa, registrou o mesmo movimento. Os juros do título de limitado prazo, com vencimento em 2029, sofreu uma arranque de 7,67% (segunda, 7) para 7,82% (sexta, 11). “No caso desse papel em privativo, ele já está há qualquer tempo nesse patamar atrativo para novos investidores. O título tem uma função extra, nesse caso, que é suavizar a carteira do investidor contra o aumento dos preços”, explica o técnico.
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