Tesouro Direto: taxa de prefixado de limitado prazo chega ao menor nível; comprar ou não?

Por cá, segue a expectativa pela confirmação do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Médio de um aumento de 1 ponto percentual na Selic, a taxa básica de juros, para 14,25% ao ano. Os sinais do que vem pela frente é que ficam no radar do investidor.

“Eu acho que o Banco Médio vai reconhecer que houve uma desaceleração na economia brasileira, ainda que de difícil mensuração. No expedido deve ter alguma pista sobre uma eventual desaceleração na magnitude dos próximos ajustes”, espera o economista director do Banco Master, Paulo Gala.

Aliás, segue no radar do mercado as mudanças nas regras do Imposto de Renda (IR). O governo vai isentar quem ganha até R$ 5 milénio por mês e impor uma alíquota de recolhimento na manancial sobre dividendos supra de R$ 50 milénio por mês, recebidos por pessoa física no Brasil. A medida está há dias no meio do debate por promover preocupação quanto ao risco que ela traz ao orçamento.

Já nos Estados Unidos, o Federalista Reserve (o banco médio deles) manteve as taxas de juros inalteradas entre 4,25% e 4,50% ao ano. No momento, os americanos vivem o receio de uma recessão, com o sentimento dos consumidores piorando, podendo afetar o desenvolvimento econômico.

O patamar dos juros nos Estados Unidos importa porque, quanto mais atrativo os juros na maior economia do mundo, mais os investidores deixam de investir em países emergentes porquê o Brasil. Se o pausa lá segue em subida, a renda fixa americana labareda a atenção dos investidores.

No fechamento dos negócios, o Tesouro IPCA+ com vencimento em 2029 pagava uma taxa de 7,58%, inferior dos 7,69% pagos na sessão de ontem. Já os títulos atrelados à inflação com prazo em 2050 remuneravam 7,23%.

Os títulos prefixados com vencimento em 2028, por sua vez, ofereciam uma rentabilidade de 14,12%, menor que a Selic depois do provável aumento pelo comitê nesta quarta. Esse também é o menor patamar oferecido pelo títulos desde que foi lançado, em fevereiro deste ano.

Apesar da queda desta quarta, os títulos continuam em patamares considerados atrativos pelos analistas. No caso dos atrelados à inflação, pagando supra dos 7%, o papel ainda ajuda a proteger a carteira contra o aumento dos preços no período.

Vale lembrar que as taxas e preços dos títulos são inversamente proporcionais. O que significa expressar que, tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço e vice e versa.

Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir — já que assegura rentabilidade maior se mantiver a emprego até o vencimento, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem possui os títulos na carteira.