Toma lá, dá cá! Ibovespa colheita em embate entre EUA e China
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A política do “bullying tarifário” de Donald Trump topou com um travanca: a China.
Impotentes econômica e politicamente diante dos Estados Unidos, Canadá e México cederam à pressão do presidente americano e atenderam suas demandas. Assim, as medidas contra seus produtos foram suspensas por 30 dias.
- O dólar mercantil acompanhou o consolação do exterior posteriormente a trégua entre os países vizinhos. Por cá, a cotação da moeda americana recuou 0,76%, a R$ 5,77, emendando sua 12ª queda sequencial, a maior desde o estabelecimento do Projecto Real. No amontoado do ano, já desvalorizou 6,6% contra o real.
Acontece que a China, com seu poderio econômico, é capaz de fazer frente ao presidente americano. E o país asiático fala outra língua nas tratativas internacionais – não exclusivamente literalmente.
Na pendência entre dois gigantes, nenhuma intimidação pode ser varrida com palavras.
No queimação cruzado desse início de uma provável guerra mercantil entre as maiores potências econômicas do mundo, quem apanhou nesta terça (4) foi a bolsa do Brasil.
- O Ibovespa recuou 0,65% e encerrou a sessão em 125.147 pontos. No amontoado do ano, o principal índice de ações do Brasil agora reduziu a subida para 4%.
Trump sobretaxou os produtos vindos da China em 10%, uma medida que entrou em vigor hoje. Segundo o presidente americano, nascente era só o prelúdios.
E era mesmo. A China retaliou e sobretaxou produtos importados dos EUA em até 15%.
A conversa entre o presidente chinês, Xi Jinping, e Trump, marcada para hoje, foi adiada. Sem previsão para uma novidade data. O que parecia ter começado muito, com a aproximação dos dois líderes na sequência da posse do republicano, desandou de vez.
Num cenário de gargalos no transacção entre EUA e China, o risco de mais inflação nas duas economias – mormente a segunda – e uma provável desaceleração desses mercados no médio prazo teve efeito rebote na bolsa brasileira.
- O giro financeiro da carteira do Ibovespa hoje foi de R$ 15,6 bilhões, praticamente em risco com a média diária (já pífia) nos últimos 12 meses, de R$ 16,4 bilhões.
Entre as exportadoras de commodities, a maioria recuou nesta sessão. Destaque para Vale e siderúrgicas, que podem ser prejudicadas num cenário de China crescendo a um ritmo mais lento que os 5% esperados para nascente ano.
- Das 87 ações do principal índice de ações da B3, 62 desvalorizaram hoje.
Uma fatia considerável da queda do Ibovespa deve ser atribuída à Petrobras, com 12,6% do peso do Ibovespa, que seguiu a narrativa negativa própria apresentada pelos dados de produção do quarto trimestre.
Só que a história contada pelos números da petrolífera decepcionou investidores. E foi a que predominou nas negociações hoje. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4, sem recta a votos em assembleias) caíram 1%, enquanto as ordinárias (PETR3, com recta a voto em assembleias) recuaram 1,26%.
Uma ata sem meias palavras
Pela manhã, foi divulgada a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que decidiu pelo aumento de 1 ponto na Selic na última semana, para 13,25% ao ano. O último expedido da diretoria executiva do Banco Mediano (BC) teve meias palavras, e dividiu o mercado entre os especialistas que interpretaram a notícia com um tom duro, e aqueles que leram um tom de consolação no cenário para os juros.
Hoje, o documento desfez meias palavras e as tornou inteiras.
Entrando nos detalhes da discussão que permeou a última decisão do BC, deixou simples que o aumento de 1 ponto na Selic guardado para março é o “ao menos” mais um aperto que o cenário do mercado exige.
Assim, investidores corrigiram suas apostas para os juros nesta sessão.
- A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 se manteve em 14,91% ao ano. Prêmios em contratos de pequeno prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
- No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 oscilaram de 14,53% para 14,45% ao ano.
- Já para janeiro de 2036, a taxa foi de 14,31% para 14,22%. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.
Luis Cezario, economista-chefe da Asset 1, avalia porquê ponderada a estudo apresentada pelo Copom, “com a preocupação de desfazer a percepção de segmento do mercado de que a inclusão do risco de uma desaceleração mais acentuada da atividade porquê um risco baixista para a inflação seria um sinal que o comitê estaria preparando uma guinada mais dovish [inclinada para alívio nos juros] para a política monetária.”
O Copom detalha na ata ver sinais incipientes de desaceleração em setores mais sensíveis ao crédito, mas avalia ser prematuro tecer conclusões com poucos dados.
“A ata reforçou que o cenário-base do Copom contempla uma desaceleração da economia e que isso é necessário para a redução da inflação. Mesmo assim, o comitê esclareceu que não vê evidências de desaceleração abrupta e que o balanço de riscos para a inflação segue dissonante para cima”, acrescenta Cezario.
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