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Um novo ciclo para o dólar e os impactos nos investimentos

Um novo ciclo para o dólar e os impactos nos investimentos

Um novo ciclo para o dólar e os impactos nos investimentos

Um novo ciclo para o dólar e os impactos nos investimentos

Desde que o presidente americano Donald Trump tomou posse e principalmente desde o “Dia da Libertação” em abril, tenho sido questionado se de roupa nos deparamos com um ponto de inflexão para a moeda americana. Será que estamos diante do termo do ciclo de valorização do dólar em curso desde 2011?

A termo de melhor entender quais fatores poderiam levar a uma mudança de curso para o dólar e suas implicações para os mercados e os investimentos, conversei com dois profissionais da espaço de Estratégias de Investimentos do Itaú Unibanco: Rodrigo Lopes, estrategista de ações de mercados emergentes, e Eduardo Coccaro, estrategista de moedas.

Ao longo de 2025, principalmente a partir da segunda metade de janeiro, temos visto uma desvalorização gradual do dólar versus moedas tanto de países emergentes quanto desenvolvidos, entre elas o real. De certa forma, leste movimento replicou o que vimos posteriormente as eleições americanas de 2016, quando o dólar se fortaleceu diante de dúvidas de natureza política, mas depois perdeu valor conforme estas incertezas foram diminuindo.

Desta vez, contamos também com projeções de um diferencial de prolongamento de resultado interno bruto (PIB) mais apertado entre os Estados Unidos e o resto do mundo, com o proclamação de pacotes fiscais ambiciosos em regiões uma vez que Europa e China. Aliás, fatores de longo prazo que contribuem para um dólar enfraquecido, uma vez que a redução na taxa de poupança líquida dos EUA e o subsequente aumento na premência de financiamento estrangeiro, já vinham aparecendo há qualquer tempo.

Quando consideramos os efeitos das tarifas, com o potencial de desaceleração de prolongamento nos EUA e aumento de riscos recessivos, o dólar pode enfrentar um cenário ainda mais conturbado avante. Embora o dólar geralmente se beneficie de situações de aversão ao risco, via o aumento da demanda por ativos mais seguros, não foi isto que observamos no primícias de abril. Perante questionamentos sobre a segurança futura da política econômica, investidores internacionais venderam ativos americanos, inclusive títulos do Tesouro.

Mesmo com a trégua nas disputas comerciais apresentadas recentemente afastando o espectro de uma desaceleração mais severa, ainda se espera que o aumento nos preços de importações, coligado à imprevisibilidade da política econômica, contribua para uma moderação na narrativa de excepcionalismo americano.

Assim sendo, gestores globais vêm repensando o papel de ativos em dólar em suas carteiras. Olhemos para o caso da bolsa americana, por exemplo: seu valor de mercado equivale a respeito de dois terços do valor de mercado totalidade de todas as ações listadas no mundo, perto das máximas observadas no início do milênio, com a bolha da Internet. Hoje, quase um quinto do mercado de ações americano pertence a entidades estrangeiras.

Segundo estimativas recentes, investidores europeus detém tapume de quatro e meio trilhões de euros somente em ações listadas nos EUA—juntando títulos de renda fixa, leste totalidade supera sete trilhões de euros. Em poucas palavras, uma rotação, ainda que relativamente modesta, em direção a outras geografias deve contribuir para um aumento suculento de demanda por outras moedas.

Com isso, o que podemos esperar em termos de performance dos ativos nesse cenário?

Recentemente adicionamos uma posição vendida em dólar versus uma cesta de moedas de países desenvolvidos em nossas carteiras recomendadas, com o objetivo de conquistar esse potencial movimento de dólar fraco.

Vários ativos fora dos EUA podem se beneficiar, roupa que já está ocorrendo leste ano, com as bolsas fora dos EUA mostrando desempenho muito melhor em dólar em conferência com as bolsas americanas.

Cá gostaria de reportar as bolsas de mercados emergentes. Estas podem se beneficiar via queda nos custos de financiamento extrínseco das empresas desses países, baixa alocação dos gestores internacionais e múltiplos descontados versus os pares desenvolvidos. Assim, gostamos de bolsas de mercados emergentes uma vez que uma opção no caso de diversificação fora dos EUA.

Olhando para o Brasil, também esperamos que o impacto de um ciclo de dólar fraco possa ser proveitoso. Nossa moeda registra, em termos reais, um dos maiores descontos versus sua média de longo prazo, e exibe subida sensitividade ao movimento de moedas desenvolvidas em relação ao dólar. Ou seja, apesar de fundamentos locais ainda fragilizados, a moeda lugar pode pegar carona nessa eventual vaga de desvalorização do dólar. Uma foto similar se aplica à nossa bolsa, a qual não só é negociada a múltiplos descontados, uma vez que também deve se beneficiar do fluxo de uma eventual vaga de aportes em fundos de ações emergentes.

Finalmente é preciso, no entanto, diferenciar entre o nível do dólar e seu papel uma vez que moeda de suplente global. Apesar do dólar poder perder valor contra uma cesta de moedas, isto não deve implicar numa mudança em sua função fundamental uma vez que suplente de valor. Uma moeda suplente de valor precisa antes de tudo ser conversível, propriedade que não existe na moeda chinesa, por exemplo.

Depois tem de vir de uma economia grande, com mercados financeiros desenvolvidos, que ofereçam ativos líquidos para acomodar os investimentos do resto do mundo. Particularidade que a Zona do Euro possui de maneira mais limitada, por exemplo. E a moeda precisa vir de economia que siga a chamada “rule of law”, com instituições sólidas que garantam os direitos dos investidores estrangeiros.

Finalmente, muitos falam do poder militar, que inegavelmente os EUA possuem. Assim, olhando em volta, vemos que ainda não existe uma opção viável de outra moeda para assumir o papel de suplente de valor.

Nicholas McCarthy é diretor de estratégia de Investimentos do Itaú Unibanco e o e-mail é: investimentos@itau-unibanco.com.br

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Nicholas McCarthy — Foto: Arte

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