Vale tudo fiscal e romance dos juros emperram semana do Ibovespa. Mas cenário deve virar
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Embora muito visto pelo mercado financeiro, o recuo do governo sobre o aumento do IOF em um conjunto de operações financeiras coloca em xeque as perspectivas de término nas altas da Selic.
O próprio caminhar irresoluto do Planalto já traz uma estrato de risco que se traduz, de conciliação com as expectativas de investidores refletidas no Termômetro do Copom (instrumento do Valor Investe que acompanha as apostas para as próximas decisões do comitê do Banco Meão), na premência de mais um aperto de 0,25 ponto na taxa básica de juros.
A elevação das estimativas de investidores para os juros, com base nas negociações desses contratos de opções negociados na B3, foi uma regular nesta semana. Portanto não foi muito dissemelhante nesta sexta (6).
- A taxa de Repositório Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 saiu de 14,91% para 14,92% ao ano. Prêmios em contratos de limitado prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
- No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 oscilaram de 13,79% para 13,73% ao ano.
- Já para janeiro de 2036, a taxa saiu de 13,90% para 13,86% ao ano. Vencimentos com prazos mais longos refletem uma maior preocupação com calote do governo.
Com o desequilíbrio das contas públicas em nível periclitante, a política do IOF havia trazido perspectivas de aperto na oferta de crédito. Isso motivou revisões no horizonte para os juros e retirou o ajuste que levaria a Selic para os 15% ao ano (ou além) do cenário de boa segmento dos economistas.
Mas a discussão da política opção e as medidas a serem anunciadas podem não mexer na economia da mesma forma. Se os líderes do Planalto e do Congresso, que costuram o pacote juntos, anunciarem renúncias orçamentárias – dependendo de que frente vierem -, ainda que ajudem o governo a executar a meta do busto fiscal, simplesmente não terão um efeito tão extenso porquê o da subida do IOF.
E essa mudança nas perspectivas foi gradual e aconteceu apesar da desfavor expressiva do dólar no mercado de câmbio sítio.
- O dólar mercantil recuou 2,6% contra o real nesta semana, que encerra cotado a R$ 5,57. É o menor valor que a mote bate em quase oito meses. Nesta sessão, a moeda americana cedeu 0,28% e, desde início do ano, já ficou quase 9,9% mais barata diante de a brasileira.
Cabe lembrar que o barateamento da moeda americana ajuda a reduzir as pressões sobre custos na enxovia de suprimento, produção, operação e logística das empresas por reduzir os custos de commodities e com materiais importados.
Lá fora, os rompantes do presidente americano, Donald Trump, trazem uma estrato de incertezas para a política fiscal nos Estados Unidos. Também ainda não é verosímil prezar os impactos dos seus choques tarifários na inflação, mas gestores e economistas brasileiros (bastante experientes em temas inflacionários) têm autorizado em um cenário de subida de preços resiliente nas terras do Tio Sam.
Os daqui estão mais crentes sobre a persistência da inflação americana, inclusive, do que os próprios agentes de Wall Street. Mas mesmo lá parece que a ficha está começando a desabar: embora o cenário ainda seja de dois cortes nas taxas de juros dos EUA, pouco a pouco, investidores parecem reconhecer menos espaço para um consolação monetário dessa magnitude por lá.
Por isso, mesmo com o consolação no mercado cambial, as perspectivas de juros mais altos – inclusive com qualquer fundamento em falas recentes de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Meão (BC) – abateram o gosto ao risco.
- O Ibovespa ficou praticamente fixo. Precisamente com uma queda de 0,1% hoje, fecha a semana com perda de 0,67% e nos 136.102 pontos. Assim, os ganhos do índice desde o prelúdios do ano foram reduzidos a 13,15%.
- Das 85 ações que fazem segmento do Ibovespa atualmente, 50 desvalorizaram hoje. Nesta semana, 48 papéis recuaram.
Lá fora, as incertezas políticas viraram protagonistas da romance sobre os juros americanos, medial para definições de estratégias de gestores globais. Assim, gringos têm preposto aumentar a alocação em renda fixa e reduzir as posições em bolsas.
- A carteira do Ibovespa movimentou R$ 18,6 bilhões hoje, 13% supra da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,4 bilhões.
Na semana que vem, isso passa?
Secção das incertezas que acometem os investidores atualmente deve se dissipar na próxima semana. Mas não necessariamente por boa notícias.
No domingo, o Planalto apresentará aos presidentes da Câmara e do Senado seu projecto recíproco ao IOF. E só nos dias que seguirão a proposta deve desabar nos ouvidos do mercado.
As expectativas estão altas. Investidores esperam por cortes de despesas e medidas mais factíveis (ou que mexam menos nos bolsos dos agentes da Faria Lima) para alavancar as receitas ou sustar a escalada dos gastos federais. O que mais pode vir?
Considerado o contexto brasílio, se a proposta vier no formato esperado, já conseguirá trazer qualquer consolação para os ativos locais, que tendem a se valorizar. Isso porque a já fraca fé do investidor brasílio no governo de Lula foi severamente saída pelos episódios do último ano, que envolveram a mudança da meta fiscal para 2026 e o atrapalhado proclamação da ampliação da tira de isenção do Imposto de Renda, que ofuscou os esforços do Planalto para contenção do ritmo de propagação das despesas.
Agora…se a proposta vier inferior do esperado, podemos ver mais um capítulo de sangria dos ativos domésticos. Os mais afetados seriam o real (se desvalorizando diante de o dólar) e a escalada das taxas em contratos futuros de juros, que refletem expectativas para a Selic.
- Falando exclusivamente na bolsa brasileira, hoje altamente dependente do fluxo de capital estrangeiro, estará mais sujeita ao desenrolar da romance entre Trump e Xi Jinping, líder do Partido Comunista Chinês. Na próxima segunda, os presidentes se reúnem para mais uma rodada de negociações de um verosímil tratado mercantil.
Em se tratando de Trump, tudo é verosímil.
Na hipótese de apaziguamento dos ânimos, o consolação global pode puxar um novo fluxo de capital para as ações brasileiras – em privativo pela melhora do horizonte para a China, o maior parceiro mercantil do Brasil. Já no caso de novos atritos, os papéis devem desabar mais no limitado prazo.
Agora, no cenário de fuga do risco, a já chocha movimentação na bolsa brasileira nos últimos tempos se esvaziaria (ainda mais) de recursos.
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