Veja as 10 maiores quedas do Ibovespa em maio
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As ações da Grupo Pão de Açúcar (GPA; PCAR3) sofreram uma derrocada em maio, figurando entre a maior queda do Ibovespa no mês. O trambolhão em seguida o fechamento do último pregão do mês foi de 28,84%, com ação negociada a R$ 3,01. Mas com tanta volatilidade no mercado, temor com o cenário exterior e ruídos fiscais no país, além do término da temporada de balanço do primeiro trimestre das companhias, mais gente caiu junto.
Os resultados do GPA no primeiro trimestre, apesar de considerados positivos, não animaram o mercado, explica Rafael Lage, exegeta da CM Capital. Isso porque, apesar da melhoria nos números, uma vez que redução de 74,4% no prejuízo líquido consolidado no primeiro trimestre de 2025, que ficou em R$ 169 milhões no primeiro trimestre de 2025, a alavancagem da companhia continua subida.
Aliás, segundo Lage, o presidente do grupo, Marcelo Pimentel, informou que a companhia passa por um processo de restruturação, o que implica na orifício de lojas Minuto do Pão e Mini Mercado Extra, investimento em ampliação da participação do dedo para expansão do e-commerce, e restruturação da dívida para redução na alavancagem. Caso estas medidas não convençam o mercado a pequeno prazo, as ações podem continuar caindo, avalia o exegeta.
O mês também foi marcado por disputas no juízo da empresa. No início do mês, os acionistas do GPA aprovaram a destituição do juízo de gestão e a eleição de um novo colegiado constituído por nove membros votados por voto múltiplo.
Nesta semana, a bolsa brasileira, a B3, informou a exclusão das ações da companhia aérea Azul, negociadas sob o ticker AZUL4, de todos os seus índices, incluindo o Ibovespa. Com a exclusão da Azul nesta quinta-feira (29) do IBOV, a empresa deixou de ser a líder do ranking, apesar do trambolhão de 38,78% em maio, de conciliação com dados do Valor PRO, serviço de tempo real do Valor Econômico.
A Azul entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA (Chapter 11), um mecanismo geral no setor leviano, inclusive que Latam e Gol já recorreram anteriormente. O objetivo é reduzir o endividamento, que já ultrapassa R$ 31 bilhões, e melhorar o perfil da dívida.
Na avaliação de Alexandre Pletes, dirigente de renda variável na Faz Capital, desde a pandemia o setor leviano vem sofrendo bastante, mas algumas companhias, uma vez que a Latam, já começaram a se restaurar e reportar lucros.
“A Azul espera usar o processo para negociar com credores e, inclusive, transmudar segmento da dívida em participação societária (é o caso da United e da American Airlines, que podem investir murado de US$ 300 milhões na empresa). Porquê o Chapter 11 envolve negociação prévia com credores, o processo tende a ser mais firme do que o protótipo brasílio”, pontua Pletes.
As 10 maiores quedas do Ibovespa em maio
Class. | Papel | Código | Variação (%) | Cotação |
1 | Pão de Açúcar | PCAR3 | -28,84 | 3,01 |
2 | Raia Drogasil | RADL3 | -25,15 | 14,85 |
3 | Banco do Brasil | BBAS3 | -19,05 | 23,42 |
4 | Minerva | BEEF3 | -14,72 | 5,04 |
5 | CSN Mineração | CMIN3 | -14,39 | 5,05 |
6 | BB Seguridade | BBSE3 | -12,30 | 37,51 |
7 | Companhia Siderúrgica Pátrio | CSNA3 | -11,29 | 8,25 |
8 | MRV | MRVE3 | -10,64 | 5,29 |
9 | BRF | BRFS3 | -10,57 | 20,30 |
O Banco do Brasil decepcionou o mercado ao registrar uma queda de 20,7% no lucro líquido ajustado do primeiro trimestre de 2025. Segundo João Abdouni, exegeta da Levante Inside Corp, o número é revérbero do aumento da inadimplência no crédito ao agronegócio e da adoção da novidade norma contábil de perdas esperadas.
No mês, as ações do banco tombaram 19,05%, com papel negociado a R$ 23,42.
“Com isso, o banco precisou louvar significativamente suas provisões, o que impactou diretamente sua rentabilidade. O ROE (retorno sobre o patrimônio caiu para 16,7%, ainda sólido, mas inferior dos níveis trimestrais . Aliás, a projeção de lucro para 2025 foi revisada para R$ 32 bilhões, o que implica um preço sobre lucro (PL) de exclusivamente 4,8x”, comenta Abdouni.
Vários motivos levaram a Raia Drogasil — RD Saúde — a integrar essa lista, uma vez que subida expectativa do mercado em um contexto que o “market share” (participação de mercado) da companhia não cresceu uma vez que o esperado, explica Danielle Lopes, sócia e exegeta da Nord Investimentos. Posteriormente a última sessão da bolsa em maio, o papel havia registrado uma queda de 25,15%, cotado a R$ 14,85.
“Sempre foi uma empresa de qualidade. Quando você pega as margens, assim uma vez que o varejo, é uma margem líquida muito baixa e precisa operar com eficiência e saber velejar nesse mercado para não só crescer nos resultados, mas lucrar quota de mercado”, diz Lopes.
No entanto, a exegeta explica que essa quota não tem desenvolvido uma vez que antes, o que é entendível pelo indumento de a empresa ter atingido um “tamanho e maturidade”, o que torna a ampliação mais desafiadora. Porém, do outro lado, os concorrentes — incluindo os que não são abertos na bolsa — vão ocupando espaço e disputando o mercado.
Lopes também explica que os resultados estão inferior do consenso de mercado por conta dos resultados futuros, o que é uma sinalização de que está mais difícil crescer nesse mercado, de uma gestão de estoque mais complicada em razão dos elevados furtos, — principalmente para os medicamentos de emagrecimento —, o que tem deixado o mercado preocupado.
“A empresa sempre foi precificada lá em cima, ou seja, uma expectativa mais elevada, de certa forma até entregou em risca de consenso do mercado, mas já sinalizando que não vai entregar as altíssimas expectativas daqui para frente. Quanto maior fica o predomínio, mais difícil fica para mantê-lo”, diz a a exegeta.
Na teleconferência de resultados de abril, a empresa assumiu publicamente pela primeira vez os furtos uma vez que um problema. Se a margem do mercado já é pequena, ela diminuiu mais ainda com o aumento nos roubos.
Lopes diz que também acompanha uma grande concentração de aluguel de ações da empresa desde abril, o que pode sinalizar duas coisas: que o mercado entende que é uma empresa tão firme a ponto de não apresentar tamanha volatilidade e que o investidor “pode pegar esses recursos do ‘short’ e tomar mais risco em outras empresas” ou que os investidores já estão mais pessimistas com o horizonte da empresa e estão já querendo “se posicionar para surfar uma provável desengano”.
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