Veja as 10 maiores quedas do Ibovespa em novembro
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A sangria causada pela desilusão com os números do terceiro trimestre, que findou no último dia 17, causou uma grande ferida para alguns papéis que integram o Ibovespa. Em um mês marcado por quem reportou resultados considerados bons e quem entregou menos do que o esperado pelo mercado, o trambolhão foi pulverizado: varejo, petroleiras, saúde e mais.
No mês, o mercado brasílico teve um desempenho mais seletivo entre os setores. Gabriel Mollo, crítico da Daycoval Corretora, comenta que utilidades públicas e algumas empresas ligadas ao setor imobiliário continuaram se beneficiando do envolvente de juros em queda, que melhora o dispêndio de capital e reforça a procura por ativos defensivos com fluxo de caixa previsível. Já setores cíclicos e industriais sentiram mais, refletindo revisões para insignificante no propagação global e cautela com dados de atividade na China e nos EUA.
Soma-se a isso a percepção dos investidores sobre os números reportados no terceiro trimestre, com o mercado projetando, a partir dos dados atuais, uma vez que as empresas devem caminhar em um porvir breve.
Com o maior trambolhão de novembro, os papéis de Hapvida (HAPV3) chegaram a despencar mais de 40% em uma única sessão, em seguida os dados trimestrais mostrarem uma queima de caixa de R$ 52 milhões.
Ao todo, o papel recuou 54,92% no mês, de combinação com dados do Valor PRO, serviço de tempo real do Valor Econômico.
A razão para isso, segundo a própria empresa, foi a queda de lucro antes de juros, impostos, desabono e amortização (Ebitda) e aumento de desembolsos com cobranças médicas e fornecedores e ressarcimento SUS.
Segundo Rafael Ragazi, sócio e crítico da Nord Investimentos, embora a companhia tenha apresentado ligeiro propagação de receita, o ebitda reflete o resultado operacional e fez com que o mercado interpretasse com um pé no freio já sobre os próximos resultados.
“A Hapvida teve um mínimo aumento no número de beneficiários, crescendo 1%, e a subida da receita veio basicamente por conta do aumento do ticket médio, que foi de muro de 7% nos planos de saúde, principal manadeira da receita da empresa. O grande problema foi relacionado aos custos, a sinistralidade, que alcançou 75,2%, uma subida de 1,4 ponto percentual na confrontação anual, e eles justificaram que foi um revérbero do aumento da frequência de uso em todas as linhas de desvelo. Isso levou aos custos totais da empresa a subirem 9%, enquanto receita subiu 6%, ou seja, teve um aumento de custos maior do que o de receita”, detalha o crítico.
Houve queda nas despesas administrativas, enquanto, por outro lado, subiram as despesas com vendas, o que compensou o lucro de eficiência. Já a risca de resultado financeiro teve evolução de 36% no dispêndio com despesas financeiras, sendo “mais um indicador preocupante”.
“Esse resultado foi uma sinalização negativa em relação às perspectivas da empresa, e por isso o mercado teve uma reação negativa, que pode até ter sido um pouco exagerada, mas não é só porque esse resultado foi ruim, é porque ele indica que os próximos também podem ser”.
Já Petrorecôncavo (RECV3) viu seu lucro tombar 23% em relação ao mesmo trimestre do ano pretérito e de 49% em relação ao segundo trimestre deste ano, impactado pelo menor resultado antes de juros, impostos, desabono e amortização (ebitda, na {sigla} em inglês) e efeito contábil da marcação a mercado, gerando o que a Genial Investimentos chamou de “banho de chuva fria”.
Para a Genial, que recomenda manter os papéis, apesar do resultado razoavelmente em risca com as estimativas e o consenso de mercado, a leitura do porvir os mantém céticos quanto a provável recuperação do preço do ativo, tendo em vista a fraqueza recente no preço do petróleo tipo brent, e, por último, resultado decepcionante das recentes perfurações iniciadas no quarto trimestre do ano pretérito que, em última instância, precisará de novos investimentos para viabilizar a produção.
Mollo, da Daycoval, destaca que a empresa foi pressionada pelo movimento de realização em seguida a poderoso subida acumulada no ano e por preocupações sobre o ritmo de produção em ativos maduros, além da volatilidade do petróleo no período. O fluxo também migrou para setores mais sensíveis à queda estrutural dos juros, reduzindo o gosto por nomes mais associados a risco operacional e a preços de commodities.
A Minerva (BEEF3) foi mais uma que sofreu em seguida a divulgação dos resultados do terceiro trimestre. Fabio Louzada, economista e co-fundador da Faculdade Brasileira de Negócios e Finanças, detalha que os números foram “muito robustos”, com lucro líquido de R$ 120 milhões, 27,6% maior frente a 2024. No entanto, um dos motivos para o mercado não ter reagido positivamente é que muito do balanço ter vindo positivo se deu em razão da venda de estoques que estavam acumulados nos Estados Unidos, e valores que a companhia recebeu adiantados de clientes e fornecedores, o que foi visto uma vez que alguma coisa pontual.
Alem disso, os números bons já estavam, de certa forma, precificados. “Havia muita expectativa sobre a expansão da empresa, em seguida a incorporação dos ativos vindos da ex-Marfrig Global Foods. Ao entregar o esperado o mercado aproveitou para realizar lucros, ainda mais considerando a expressiva valorização acumulada dos papéis até logo”, detalha ele.
O economista complementa que o mercado também tem dúvidas se a empresa deve ter sustentabilidade no propagação ao longo dos próximos meses. Louzada pondera que há receio de que os custos com rebanho e commodities agrícolas, além da volatilidade no mercado global de músculos, possam pressionar a margem da empresa nos próximos trimestres.
Confira as 10 maiores quedas do mês:
As 10 maiores quedas do Ibovespa em novembro
| Empresa | Código da ação | Variação mensal |
| Hapvida | HAPV3 | -54,92% |
| Petrorecôncavo | RECV3 | – 13,85% |
| Minerva | BEEF3 | – 13,23% |
| Raízen | RAIZ4 | – 11,58% |
| Cosan | CSNA3 | – 10,59% |
| CSN Mineração | CMIN3 | – 8,63% |
| Marcopolo | POMO4 | – 8,36% |
| Natureza | NATU3 | – 7,99% |
| Brava Robustez | BRAV3 | – 7,59% |
| Usiminas | USIM5 | – 4,59% |
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