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Veja porquê investir com Selic mantida em 15% e golpe de juros nos EUA

Veja porquê investir com Selic mantida em 15% e golpe de juros nos EUA

Apesar da chance do golpe de juros iniciar no Brasil em janeiro ou março de 2026 e da possibilidade da redução das taxas seguir nos Estados Unidos, os estrategistas indicam que os investidores tenham cautela para aumentar os investimentos de maior risco, tanto na renda fixa quanto na variável. As incertezas com a eleição brasileira e com o caminho que o Federalista Reserve (Fed, o banco mediano dos EUA) seguirá demandam que os investidores se protejam.

Na renda fixa, os investimentos mais recomendados são os títulos que acompanham o CDI (que anda colado na Selic) ou a Selic e os papéis atrelados à inflação. Já na renda variável, ações boas distribuidoras dividendos são uma pedida boa atualmente.

Todavia, para determinar porquê investir, é mais relevante olhar para as expectativas para os juros do que para as taxas neste momento. Nos Estados Unidos, o Fed previu só mais um golpe em 2026, inferior do consenso do mercado que projetava duas reduções.

Já no Brasil, os juros estão no maior nível desde 2006, o que faz com que os investimentos de renda fixa continuem bastante atrativos, mormente os papéis do Tesouro Direto que acompanham os juros (nomeados de Tesouro Selic) ou os títulos emitidos pelos bancos, porquê os Certificados de Repositório Bancário (CDBs) e as Letras de Crédito Agrícola e Imobiliário (LCAs e LCIs), que acompanham o CDI (parecido com a Selic).

Porém, a mediana dos economistas espera que os juros recuem para 12,25% ao ano até o termo de 2026, mostrou o último Boletim Focus. O nível é muito cume ainda, mas aparentemente está chegando a hora em que os investimentos de renda fixa que acompanham o CDI ou a Selic renderão um pouco menos.

Papéis que acompanham inflação são preferidos na renda fixa

A melhor oportunidade na renda fixa atualmente está nos papéis do Tesouro Direto que acompanham a inflação, na estudo de André Leite, sócio e responsável pelos investimentos da gestora de patrimônio TAG Investimentos. O motivo? Tanto porque as taxas de 7% mais inflação oferecidas nesses títulos estão historicamente altas e devem diminuir no horizonte, quanto porque esses papéis protegem do risco da inflação correr novamente.

Ele acha que esse lucro real (que desconta a inflação) tão cume é revérbero da “péssima gestão do atual governo”, já que o mercado pede um prêmio maior quando acredita que há mais risco de emprestar moeda para o governo ao investir em títulos públicos.

“O próximo governo, independentemente de qual seja, terá que combater o fiscal de maneira estruturante. Quando isso ocorrer, o lucro real vai convergir para um nível mais razoável, que historicamente ficou entre 4% e 5%”, afirma. “Mas os papéis que acompanham a inflação protegem você tanto em um cenário de melhora do risco fiscal, com o proveito de capital quando os juros recuarem, quanto em um cenário de piora do risco fiscal, com a manutenção do poder de compra”, diz.

No entanto, esses papéis são de risco maior que os que acompanham o CDI ou a Selic e eventualmente causam perdas se resgatados antes do termo do prazo de vencimento. Aos investidores que não querem esse risco, o parecer é comprar pensando em retirar só no vencimento ou preferir os papéis que acompanham o CDI ou a Selic, que sempre geram ganhos.

Leite aconselha esperar a definição da eleição para investir em títulos prefixados. Ele avalia que esses papéis com taxas ao volta de 13% ao ano são interessantes, mas só se suceder uma mudança política. Ou seja, se vencer a eleição um candidato de oposição, que traga mais credibilidade fiscal e permita uma redução das taxas.

Nesse caso, o investidor terá comprado um papel com taxas mais altas e conseguirá lucrar mais que a Selic e a inflação. “Mas se o atual governo for reeleito ou outro candidato sem agenda fiscal rigorosa vencer, esses títulos sofrerão”, adverte.

Cautela com a bolsa brasileira

O sócio da TAG Investimentos também é cordato com a bolsa brasileira e indica esperar a eleição para aumentar a alocação nas ações locais. Se for para aumentar as aplicações em bolsa, ele prefere os papéis internacionais atualmente, mormente os ligados à lucidez sintético.

Conforme ele, embora o Ibovespa tenha valorizado mais de 30% neste ano até o momento, o quadro das contas do governo piorou e o momento bom das ações brasileiras não foi valor do país.

“Só pegamos uma carona com o exterior. A subida é explicada pela fraqueza do dólar globalmente, que levou a uma realocação de portfólio, e pelos investidores globais tirando um pouco o pé dos Estados Unidos e distribuindo o moeda pelo mundo”, afirma. “Para as ações andarem estruturalmente, é necessária uma mudança para um governo que realize reformas estruturais no fiscal e permita juros mais baixos”, diz.

Rodrigo Sgavioli, responsável pela alocação de investimentos da plataforma XP, acha que faz pouca diferença para o investidor se os juros passarão a recuar em janeiro ou em março de 2026. Ele concorda que o que deve tarar mais sobre as decisões de investimento para o futuro é a eleição e porquê ela afetará a inflação e os juros, além das decisões do Federalista Reserve (Fed, o banco mediano dos Estados Unidos), que podem impactar o Copom.

Na renda fixa, Sgavioli aconselha comprar mormente os papéis que acompanham o CDI (que anda colado na Selic) ou a Selic e os títulos atrelados à inflação. “Vamos seguir gostando do CDI ainda por um bom tempo, mesmo que os juros caiam para muro de 12%. Poderá ser um pouco menos ou mais, dependendo do cenário eleitoral e da política fiscal e econômica que o vencedor da eleição apresentar”, afirma.

“Se a política fiscal continuar sendo estimulativa, os juros podem parar nos 12% para a inflação não correr, o que ainda é um nível muito cume”, diz.

Ele gosta mais dos papéis que acompanham o CDI ou a inflação do que dos prefixados neste momento, porque acha que o cenário para a eleição está muito incerto ainda. “Não podemos fincar que haverá uma mudança na política fiscal e econômica brasileira, portanto não temos uma propensão a assumir muitos riscos neste momento”, afirma.

O risco dos títulos prefixados é o investidor permanecer recluso em uma taxa que no horizonte seja baixa em confrontação à inflação e à Selic, se essas taxas voltarem a aumentar com um governo não tão responsável com as contas.

O responsável pela alocação de investimentos da XP indica cautela com as ações brasileiras também. Quem investir deve comprar ações boas distribuidoras de dividendos, de empresas de maior qualidade.

“Nossas carteiras estão com 70% do nível de risco sumo. Estamos na quarta marcha, não na quinta. Causas externas favoreceram as bolsas dos emergentes, mas os riscos ainda estão bastante elevados. Zero me deixa confortável para investir com muito risco neste momento”, diz. “Para aumentar os investimentos de risco, seja na renda fixa ou na bolsa, precisamos de mais subsídios para enxergar um cenário base dissemelhante do que vemos. Vai depender da eleição e do Fed”, acrescenta.

Papéis que acompanham o CDI ou a Selic seguem sugeridos

Arley Matos da Silva Júnior, responsável pela alocação de investimentos do banco Santander, alerta que, apesar dos cortes de juros possivelmente iniciarem no primórdio de 2026, a subtracção será gradual, ou seja, a Selic seguirá subida. Nesse envolvente, os investimentos de renda fixa continuarão sendo o sege director das indicações da instituição.

Os papéis que acompanham o CDI ou a Selic seguem sendo sugeridos para realizar objetivos além de formar a suplente de emergência, um recurso para as surpresas da vida. Porém, os títulos que acompanham a inflação estão ganhando espaço nos conselhos do banco, por estarem com juros reais muito altos. “Os juros desses papéis não recuaram porque embutem o duelo fiscal. Há uma oportunidade para o investir comprar e prometer o nível de taxa atual”, afirma.

Em relação às ações brasileiras, ele é mais otimista. Acha que os cortes de juros vão levar investidores a aumentar o nível de risco das carteiras e que o Ibovespa seguirá se valorizando. Segundo Silva Júnior, principalmente o fluxo estrangeiro para a bolsa do Brasil continuará, com o Fed reduzindo as taxas e os investidores internacionais buscando mais oportunidades fora dos Estados Unidos.

Na última semana, o Santander reduziu um pouco a exposição em ações brasileiras na sua carteira indicada, para os investidores embolsarem os lucros que tiveram neste ano. Todavia, o movimento foi tático.

O responsável pela alocação da instituição recomenda que os investidores não fiquem sem ações na carteira, para os que suportam volatilidade, para não perder chances de proveito porquê as que ocorreram neste ano. Entretanto, ele alerta que as ações podem tolerar com a volatilidade subida devido à eleição. “Vamos escoltar de perto o que vai ser dito pelos candidatos. As falas podem mexer com as ações e o ano começará reptador”, diz.

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